Meu grito soou como um sussurro diante de tanto sons no mundo.
Era só mais um grito diante de gritos que não foram ouvidos.
Gritei tanto que me faltou suspiros nos pulmões desprovidos.
Estourei todas as forças e não encontrei respostas.
Desanimado e cansado, me sento na estrada do nada e me sinto enfadado
Num mundo onde todos estão por perto e nunca se juntam. Não se completam.
Hoje sou observador porque minha voz faltou e não sai mais ruído.
Não grito porque não posso. Também não tive nenhuma resposta de volta.
Nos olhos, o assombro. Ficaram só o registros dos oprimidos
Na saga dos miseráveis que pensam que podem e não sabem que estão mortos.
Não sabendo que já morreram, ainda vivem o pesadelo desse mundo.
Sonham com uma vida que nem mais lhes pertence, sem perceber o atropelo.
Com olhos de lince, o próprio despropósito se deixa ver
Pelo escancaramento de uma realidade contundente para não esquecer
De um grito que, se perdendo no universo, marcou meu grito que não foi ouvido
Ao meio tantos outros que passaram sem efeitos e o vento levou ...nada mudou.
Sou um pequeno órfão de um mundo sem adoção.
Não busco casa. Eu busco causas que movam a razão.
Eu preciso de irmãos e não os reconheço, sabendo que próximo a mim estão.
Eles estão cegos e surdos, cheios de soberbas, não aprenderam a lição.
Se somaram aos anos e não contaram as dores na sofrida missão.
Anestesiados, seguem enganados vivendo a opressão.
Pobres miseráveis! Sumariamente condenados a uma vida de ficção.
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