Caminhei em trilhas pisei espinhos criando feridas
Subi dunas e desci ladeiras desconhecidas nas trilhas da vida
Cantei o canto do escravo mudo, quando gemia
Lavei minhas vestes com sangue do meu corpo que tanto doía
Ferido na alma marcado e ferrado como um boi no estábulo
Despido na selva sinto-me um índio perdido, como se fosse possível
Com flechas voltando e suas pontas de lanças me alcançando
Esmagando um coração que não tem esperança e nenhuma ambição
Encarando os desafios sem armaduras para tanto, encontro a vida
Sentindo-me um barco sem lemes as cegas nas milhas navego
Sem amarras e sem ancora como um náufrago, navegando sigo
Ao meio a tempestade que me joga a deriva me dando por vencido
Em um mar revolto, incapaz me entrego ao incerto destino
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