domingo, 18 de maio de 2014

REMENDOS DE SONHOS

Folguei o laço;
Desmanchei o abraço;
Carretel de linha
De bitola fina.

Tecendo caminhos,
Desfiei os sonhos,
Desenrolei novelos
Que faziam ninhos.

Como bicho da seda,
Que tear sabia,
Sem poder seguir
O fio, perdia.

Com a agulha
Fazendo o alinhavo;
Juntando os pedaços,
As emendas faço.

Remendos de tudo
Que não pode ser.
Uma ponta de linha,
Nos sonhos, a tecer.

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