Saudades de uma infância
Que, há muito, não encontrava nas lembranças.
Lembrei-me da cerca da frente e da paralelas gigantes
Que, em caracóis reluzentes, se perderam no tempo.
Lá na infância ficaram as pontes e os pontilhões
Que serviam de passagem para minhas imaginações .
E, de quando em vez, um apito me chamava a atenção.
Era hora de acordar e dar passagem ao trem que não demorava chegar.
Horário era o seu nome, a grande Maria Fumaça.
Era um trem de passageiros, até hoje conhecido.
O famoso "café com pão - bolacha não" jamais esquecido.
Descritos em livros para não esquecermos desse gostoso ruido.
Lembrei-me da brincadeira
De equilibrar-se nos trilhos;
De juntar mão com mão, ficando bem unidas;
Andando nas paralelas com os irmãos queridos.
Aquele lugar era mágico.
Não era sertão nem cidade,
Mas tinha campos e mar.
Tinha cheiro do salgado
Do mangue que encostava
Na cerca lá de trás .
Sinto saudades muitas
Desse pedaço de vida
Que ficou bem escondida
Entre trilhos e apitos
Da infância que eu tive.
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