quarta-feira, 21 de maio de 2014

O TREM DA MINHA INFÂNCIA

Saudades de uma infância
Que, há muito, não encontrava nas lembranças.
Lembrei-me da cerca da frente e da paralelas gigantes
Que, em caracóis reluzentes, se perderam no tempo.

Lá na infância ficaram as pontes e os pontilhões
Que serviam de passagem para minhas imaginações .
E, de quando em vez, um apito me chamava a atenção.
Era hora de acordar e dar passagem ao trem que não demorava chegar.

Horário era o seu nome, a grande Maria Fumaça.
Era um trem de passageiros, até hoje conhecido.
O famoso "café com pão - bolacha não" jamais esquecido.
Descritos em livros para não esquecermos desse gostoso ruido.

Lembrei-me da brincadeira
De equilibrar-se nos trilhos;
De juntar mão com mão, ficando bem unidas;
Andando nas paralelas com os irmãos queridos.

Aquele lugar era mágico.
Não era sertão nem cidade,
Mas tinha campos e mar.
Tinha cheiro do salgado
Do mangue que encostava
Na cerca lá de trás .

Sinto saudades muitas
Desse pedaço de vida
Que ficou bem escondida
Entre trilhos e apitos
Da infância que eu tive.








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