domingo, 21 de fevereiro de 2016

ANJOS COM ASAS DE CHUMBO

Nas manhãs acordam e olham o horizonte;
Oram aos céus para mais um dia de gigantes
Nas difíceis missões que encontrarão a partir do instante
Em que cruzarem seus portões. 

Se vestem de cinza e transformam-se em paladinos;
Deixam de ser pais e filhos;
Passam ser aguerridos;
Doam suas vidas e vão ao encontro do perigo
Que cercam esses anjos que nos defendem de bandidos.

Sem túnicas brancas e vestidos de cinza;
Nas mãos carregando armas aferidas;
Escudados de coragem;
Encaram o desconhecido;
Salvam inocentes doando suas próprias vidas.

Suas asas são coletes de chumbo ao peito.
Anjos guerreiros,valentes e destemidos.
Na defesa de terceiros, eles seguem seus destinos.
Muitas vezes são seu corpos que ficam no chão estendidos.

E de cinza eles seguem sem recuar.
Como escudo vivos lutam para não morrer
E nem matar.
Muitas vezes veem o vermelho manchar
O cinza que tão bem sabe representar.


(TRIBUTO AO POLICIAL MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE)





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

FLOR DE FEVEREIRO

É fevereiro
E seu florescer perfuma nossas vidas e caminhos
Colorindo nossos dias nos fazendo mais felizes
Um manacá da serra cheia de encantos florindo
Alegrando nossas vidas deixando tudo mais lindo

Tens um coração recheado de amor e carinho
És flor de fevereiro que floresce o ano inteiro 
Seu caminhar é suave e sua fala consola
Seus ensinamentos são conselhos que chegam sempre na hora

Compreensão faz parte do todo seu passo a passo
Seu olhar é bondoso como uma santa no altar
Tudo em você é puro e sentimentos verdadeiros
Uma flor de fevereiro que meu jardim veio perfumar















segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

CHÃO DE ESTEIRA

Lembro que era muito criança
O meu berço uma rede no canto da sala
E uma bacia velha de alumínio amassado
Que em baixo dela ficava

Quando nas madrugadas
A bacia velha aguardava
O costumeiro gotejar tão esperado
Que deixava o meu lençol de sacos molhado

Lembro que quando acordava
Nos seus braços eu já me agasalhava
Como se não precisasse lembrar
Da noite fria que tinha passado

Mulher infinitamente querida
Quero que vivas eternamente em minha vida
Mesmo que só em minhas muitas lembranças
Guardarei para sempre sua imagem santa

Ainda hoje sinto que  zelas meu sono
Acordada ou dormindo povoas meus sonhos
Em um berço rico de lembranças vivas
Da minha infância de saudades tantas

De rosa o berço só tinha a alegria
Porque era numa rede que eu dormia
Mas tinha seus braços que me aquecia
E a felicidade de ter nascido de você um dia

Os meus sonhos eram transparentes
Parecia que tu eras videntes
Não conseguia nada esconder
Sabias tudo mesmo sem eu te dizer

Sinto saudade de tudo que diz respeito a você
Da lenha queimando para o bejú ficar pronto
E eu sentada na esteira estendida no chão
Com um prato de coité na mão

Hoje tenho é muitas lembranças desse tempo bom
Do meu chão de esteira de palha estendida
Do tempo que eu tinha quem mais me amou 
Da minha infância muito bem vivida

Meu berço podia ser um fundo de rede molhado
Mas em tudo existia felicidade
Hoje eu sei que naquela simplicidade
A riqueza maior era ter você do meu lado. 











sábado, 6 de fevereiro de 2016

A VIDA É UM BAILE DE MÁSCARAS

Começa o carnaval e as máscaras caem
Feito pássaros em muda troca-se a realidade das criaturas
Vestindo-se de si mesmo tira a fantasia do ano inteiro
Para viver três dias verdadeiros

É carnaval
Tempo de sonhar ser herói ou bandido
De se mostrar na sua realidade primitiva
Guardados nos anos escondidos
Para realizações de tudo o que não lhe foi permitido

O carnaval transforma tudo que se imagina
Vira-se monstros sem domínio
Realizando prazeres proibidos
Um território livre que ninguém descrimina

No carnaval não são máscaras que determinam
Na rasgação de véus são invisíveis
Saciando desejos contido
Se entregam aos prazeres reprimidos

Mas acabando essa festa tudo volta ao natural
Colocando máscaras quase definitivas seguem a vida
Tatuando-se e mascarando-se aguardam
Mais um carnaval sem se travestir de normal.




UMA CADEIRA FRIA

Já faz tempo que não te vejo, faz muito tempo
Na mesa pratos cheios de esperança como antes
Na alma soluços mudos e um sorriso triste é uma constante
E uma cadeira vazia que não te esquece um só instante

Anoiteceu mas em mim  já se fazia noite a muito tempo
Choro no silencio de uma dor muda que quase não aguento
Que se prolonga pela madrugada me fazendo sofrer
Na esperança de vestir nossos pratos cheios de você

Faz tempo que não te vejo e eu sou só tristeza
Deveria arrancar esse desejo e não consigo
Como raiz fincou dentro do peito me ferindo
E sozinho sigo porque já não sentas mais a mesa comigo

Estou só e deveria desistir de tudo e ir embora
Mas indo a mesa ficaria sozinha e mais fria
Assim seriam duas cadeiras vazias nas nossas vidas
Então fico na esperança de preencher essa lacuna um dia.