quarta-feira, 26 de agosto de 2015

UM SERTANEJO FELIZ

Sô sertanejo sim
Nasci em terra seca
Mas não troco minhas cercas
Por seus muros inseguros

Na minha humilde cidade
Meu jardim é meu roçado
Trazendo pra minha mesa
O cumê sem despesa

O campo muda de cô
Tem vez que o verde invade
De tanta roça plantada
Tudo é felicidade

Mas de repente isso muda
Fica cinza e turva
Desaparecendo tudo
O verde vira páia seca
Sobrando só os ninhos
Das aves de rapina

Mas daqui ninguém arreda
Nóis não vai pra suas terras
Nóis prefere aqui ficá
Nóis ama nosso lugá

Se nóis vai, nóis morre
Porque aí não tem lua
Que desperte a viola
Quando a noite cai mansinha
Na nossa branca casinha

Nascendo no topo da serra
Vai cobrindo toda a terra
Com seca ou com chuva
Nóis não sai daqui é nunca
Nós ama esse torrão
Em qualqué situação

Aqui nosso lugar é nosso
Ninguém vem nos perturbar
E Deus manda segurança
Nóis pode descansar

O muro aqui é cerca viva
Toda de jurema nativa
Que nem a seca que castiga
Consegue desidratá

Aqui o sertanejo rí e chora 
Se tem seca ele reza
Se vem chuva, cantarola
Nóis é sertanejo apegado
Do lugá não vai simbora.


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