No acostamento da vida abandonado
Noite alta e um vulto caminha
Tudo é tristeza e a solidão o vigia
Solitário sem rumo segue seu mundo
Cidade estranha sem porteira sem trancas
Alta madrugada já muito cansado
Em um banco de praça desgraçado se deita
Amargurado nos bancos da vida descansa
Em nada satisfeito despercebido se ajeita
Acorda e não sabe para onde ir
Também não se importa sua casa é ali
Sua sala é a praça sua cama um banco
Seu futuro é cego e incerto para seguir
Anjo ou demônios o destino dirá
No que um dia ele se transformará
No banco da praça ele vive sem graça
Sua casa é aberta para quem quiser morar
Sem opção vive no acostamento do mundo
Invisível desfila na passarela da vida
Mais um excluído no mundo perdido
Solitário caminha como andarilho
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